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quarta-feira, 10 de março de 2010

Consumo de chocolate pelas crianças deve ser controlado pelos pais

Não apenas na Páscoa, alimento não deve ser incentivado para prevenir obesidade precoce e desinteresse por alimentos como cereais, verduras e legumes tão difíceis de introduzir na dieta dos filhos

A Páscoa está chegando e com ela o desafio de pais e educadores para controlar nas crianças o desejo pelo consumo exagerado de chocolate. Como se não bastasse, os apelos publicitários relacionando ovos e coelhinhos aos personagens infantis mais queridos do público infantil, tornam a missão praticamente impossível. Diante da crescente preocupação com o desenvolvimento precoce da obesidade, a prevenção quanto ao consumo de açúcar e gorduras deve ser considerada uma estratégia importante nos primeiros anos de vida.
Segundo a professora doutora Cláudia Carneiro Hecke Krüger, chefe do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apesar de ser um alimento de alta densidade energética, rico em açúcares e gordura, o chocolate tem alguns efeitos benéficos ao organismo. Ele favorece, por exemplo, o sistema cardiovascular e em virtude de seu alto conteúdo em compostos fenólicos, o chocolate é um alimento com propriedades antioxidantes. “Por outro lado, as recomendações nutricionais para a população incentivam o consumo de alimentos ‘in natura’ e reforçam que o sal e o açúcar sejam utilizados com moderação. É recomendado também que alimentos como açúcar, café, enlatados e refrigerantes sejam evitados nos primeiros anos de vida”, destaca a professora.

A preocupação segundo a profissional tem suas justificativas. “Os primeiros anos de vida são fundamentais para o estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis. O consumo dos alimentos acima mencionados, bem como de alimentos com teores muito elevados de açucares e gordura, pode prejudicar a qualidade da dieta”, argumenta Cláudia Carneiro. O resultado é o aumento de peso, ingestão deficiente de micronutrientes (podendo gerar anemias), e pode ainda ocasionar alergias alimentares.
Outro aspecto no consumo sem controle de alimentos saborosos na infância, como o chocolate na Páscoa, é que ele também pode ocasionar o desinteresse pelos cereais, verduras e legumes tão difíceis de introduzir na dieta dos filhos. A busca por uma alimentação livre de aditivos e toxinas, pobre em gordura e açúcares levou a dentista Jarzis Mari Angélica a mudar a rotina alimentar da família. “O objetivo é a saúde. A alimentação hoje realmente está matando as pessoas”, pondera Jarzis que, desde a gravidez do filho João Pedrom, tirou a carne vermelha, os açúcares e a farinha branca da lista de compras. “Para o nosso filho procuramos não estimular o consumo de doces e refrigerantes, buscando substitutos mais saudáveis”, diz. Hoje, com quatro anos de idade, João Pedro não come chocolate, chicletes, balas ou bolacha recheada.
E como criança não vive sem uma guloseima, o substituto encontrado na casa de João Pedro para o chocolate foi a alfarroba. Trata-se de uma vagem que, após a trituração e torrefação, resulta numa farinha, utilizada na alimentação no lugar do cacau e com amplas vantagens. Tem apenas 0,7% de gordura e um alto teor de açúcares naturais (de 38% a 45%), além de ser rica em fibras e não conter cafeína.

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