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domingo, 7 de março de 2010

O Rio dos Curitibanos

Leio que o Rio faz aniversário. São 445 anos. Não sou saudosista, vivo bem o presente, mas acho que o melhor do Rio ficou para trás. Era o tempo das melhores temporadas de inverno que um curitibano poderia sonhar. No mês de julho, em plenas férias escolares, trocávamos as geadas e os pinhões, por um céu azul inigualável, mate gelado e uma praia indescritível. Vivíamos num balneário restrito a Copacabana e Ipanema. O Manoel Carlos ainda não tinha se apaixonado pelo Leblon. Encontrávamos todos os curitibanos que estivessem em férias: ou na praia pela manhã, ou à tarde, tomando um sorvete na Chaika, em Ipanema. Se não for traída pela memória, sou capaz de referir quem sempre andava por lá: Luiz Gil de Leão, nas imediações do Copacabana Palace, Hermes Macedo e Milton Santoro, no posto 6. Na Julios de Castilhos, Liasi Camargo Duarte, em Ipanema: Agostinho Hauer, Francisco de Paula Soares, na divisa com o Leblon, o prédio da família Oliveira Franco, junto ao Jardim de Alá, Lenita Ferraz de Carvalho, Eduardo Mourão, Cecílio do Rego Almeida, os Munhoz da Rocha, a Cláudia Lupion e muita gente que conhecíamos, conversávamos, mas não me lembro dos nomes. O mais bacana mesmo era mergulhar nas pedras do Arpoador e nadar em direção ao Leblon. A água era verde, transparente. Acontece que o tempo virava, e de um dia para outro, quando antes parecia um lago, ondas imensas tomavam a praia. Mas aí, sem mergulhos, só na areia, pra sentir aquela umidade salgada, refrescante, depois da quebrada impiedosa das ondas. Nestes dias de mar agitado, às vezes, dava a impressão que as ondas iam nos apanhar na areia e levar-nos para dentro do mar revolto. Deliciosa emoção, que nunca mais vou esquecer.

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